segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Do começo ao fim

Qual é o melhor filme sobre o fim do mundo: 2012 ou Dogville?

Na verdade, o primeiro filme foi Dilúvio, de 1933. Cidades inteiras sendo arrasadas pela força impiedosa das águas. Muitos e muitos anos depois, em 2004, O dia depois de amanhã mostrou Nova York (pobre Nova York) sendo 100% destruída pelas águas, e depois congelada (!). Anos mais tarde, como se não bastasse, o mundo acabou no filme 2012. Todas essas três obras têm algo em comum: Suas bilheterias resultadas do fim do planeta. Todos nós gostamos de viver – eu gosto, pelo menos, mas quando estamos deprimidos, lemos livros ou assistimos filmes apocalípticos que nos irão fazer enxergar como seria isso na prática! Será que gostamos do fim do mundo por pura insatisfação aqui? É uma boa idéia, a gente não para pra pensar nisso. Ou seria apenas uma ironia sobre a percepção de que, mesmo não tendo outro lar, a raça humana adora ver-se morrendo? Ou talvez porque seja apenas divertido correr esse risco? Se perturbar...

Porque amamos o fim do mundo? Com certezas há várias respostas filosóficas e psicológicas para isso, mas o cinema, sendo essa arte que mais expõe esse tema insistentemente, ano após ano, infelizmente não expõe nenhuma. Seria bom saber por quê... Alguns diretores já fizeram isso de forma terrorista, como Michael Bay em Armagedon. Outros romantizam a coisa, como Lars Von Trier em Melancolia. O fato anexado nesses filmes é sempre o pessimismo sobre o estilo de vida na Terra, e que seria melhor tudo acabar, recomeçar do zero sem a gente poluindo mais nada! Porém eles nunca realmente transmitem o que poderíamos fazer para reverter essa situação e fazer o mundo viver em paz com seus habitantes. Em Wall-e, por exemplo, a Terra ficou tão suja e incapaz de suportar a vida que partimos daqui, deixando lagos podres, lixo, lixo e mais lixo do capitalismo. Mas, o que fazer para isso não acontecer? Isso a Pixar preferiu ignorar, levando o amável Wall-e pro espaço também, e tudo que sobrou aqui, “ironicamente”, foi uma barata!

Assistir numa tela gigantesca ou numa televisão 20 polegadas o mundo acabar com meteoros furando a atmosfera nos dá a sensação de fracasso, impotência, nos dá vontade de desistir de tudo que construímos na nossa vida. Calma, esses filmes são feitos pra isso mesmo, além da chance de também garantir algum Oscar de efeitos especiais, claro. Mas, muito pior do que aqueles tais meteoros é ver o sensacionalismo jornalístico ao noticiar, da maneira mais imparcial possível, florestas sendo queimadas ou enforcamentos no Irã, sem dizer como podemos reverter ou interferir para que nós não precisemos acabar antes da nossa casa acabar. Até porque o “fim do mundo” é muito, muito improvável de acontecer no mundo real. Ele vai continuar essa linda bolha azul cheia de ar, terra e água boiando no espaço. Do jeito que andam as coisas, os ETs não precisam nos neutralizar para roubar nossos recursos naturais, ou acontecer algo similar à Guerra dos mundos, de Steven Spielberg. Do jeito que as coisas andam por aqui, nós vamos continuar pagando pra assistirmos e nos divertirmos com o nosso próprio fim.

"Talvez o mundo não seja feito, talvez nada seja feito, talvez simplesmente seja, tenha sido, será eternamento... Um relógio sem artesão." - Doutor Manhattan, Watchmen - O filme

Um comentário:

Brunomaresia disse...

Na minha consepçaum naum vejo esses filmes de um modo pessimista em relaçaum à humanidade, do contrario esses desastres naturais chamam muita atençaum e qem sabes ateh incentivam mts o dar mais valor ao mundo que moramos, naum q esta seja a forma literal da extinçaum da humanidade mas apenas um modo de ver as coisas de outra maneira, sei naum mas eu adoro esses filmes e, claro jamais espero q isso aconteça de vdad!kkk! vlw!