quinta-feira, 30 de junho de 2011

Crítica: Encontrando Forrester (2000)

por Victor Tanaka

Passagens descaradamente clichês, uma lição de amizade batida e um ar de melodrama barato compõem a atmosfera de Encontrando Forrester, um filme que se deixa levar pela enxurrada de dramas sem originalidade e se torna apenas 'mais um'.

Logo no primeiro momento, a premissa não me agradou, pois parecia ser um daqueles dramas de sempre. Jamal Wallace é um adolescente negro cujo principal passatempo é escrever, mas o faz escondido de todos por ter vergonha. Seu jeito antipático e sua total falta de carisma tornam-no um personagem irritante, que além de não agradar o público, obriga-no a tem que aguentá-lo por mais de duas horas. Um dia, ele conhece William Forrester, um escritor rabugento de apenas um livro publicado que não sai de casa há anos. Ele percebe o talento de Jamal e decide ajudá-lo a mostrar ao mundo. De fato, minha percepção estava correta.

E aqui se percebe uma tremenda ironia do destino: Sean Connery, um ator consideravelmente bom, com uma carreira respeitável e que mostra-se correto nesta película, foi deixado de lado pela crítica, enquanto o novato Rob Brown, na pele de Jamal Wallace, foi elogiado e indicado a alguns prêmios sem motivo. E há, destacando-se no elenco coadjuvante, o grande F. Murray Abraham (o imortal antagonista Antonio Salieri, de "Amadeus"), que faz aqui mais um trabalho bem-feito. Por exemplo, a cena em que o Professor Crawford expulsa Jamal da sala por contradizê-lo na frente de toda a classe, torna-se brilhante pela atuação de Abraham, desde já a melhor do elenco todo.

Mas não se pode negar que, no meio da história melosa e previsível, há algumas sequências aproveitáveis, como a cena genial em que Forrester diz para Jamal escrever tudo o que lhe vier à cabeça, pois "primeiro, escrevemos com o coração; depois, nós pensamos". Obviamente, foi algo interessante de se analisar, uma vez que esta é uma das maneiras que entenas de escritores usam para escrever, pois sabem que o que é feito com o coração, é melhor recebido.

Um filme com altos e baixos, uma duração desnecessariamente comprida que passa va-ga-ro-sa-men-te e cansa a cada minuto. Rechado de momentos lento e longos sem utilidade aparentes. E é por essas e outras características que Encontrando Forrester é um filme bem mediano e facilmente esquecível, e Forrester acaba se afogando no mais dos inúmeros filmes que tentam emocionar com um desfecho triste e bonito e fracassam, como este próprio.

Nota: 5.0/10.0

Um comentário:

Anônimo disse...

O filme "Encontrando Forrester" é interessante pela sua sutileza. Estamos acostumados a clichês, e mesmo tão batidos nós esquecemos deles, o filme não é eletrizante, como esperam os espectadores de ação, mas desenvolve sutilmente uma mensagem bem interessante que mesmo muito batida, esquecemo-nos! Sean está excelente! E o filme, apesar de não ser um Matrix, é um excelente pra quem quer se desprender da acelerada vida aqui fora!