quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Crítica: A Noviça Rebelde (1965)




Ah, aqueles filmes que vemos e dizemos "Acho que já vi isso em algum lugar...". Aposto que você já passou por alguma situação dessas. Filmes sem criatividade tem de monte por aí, portanto quase ninguém escapa dessa triste situação. A falta de originalidade é um dos maiores problemas do cinema atual. Basta ver Eragon, que nada mais é do que uma mistura de O Senhor dos Anéis e Harry Potter, dois grandes sucessos. Quando algo faz sucesso, logo aparecerem milhares de histórias iguais. Mas tem aquelas história tradicionais, que sobrevivem por anos no imaginário das pessoas e sempre surge uma versão igual, como Nanny McPhee - Uma Babá Encantada que tem algumas características 'parecidas' com Mary Poppins.


Quem assistia Floribella, uma novela da Bandeirantes exibida em 2005, achava a história muito fofa, sobre uma moça que vai trabalhar na casa de um homem autoritário que não dá carinho aos seus seis irmãos infelizes. Essa não é a primeira nem a última obra a retratar essa história. Essa é até hoje uma das histórias mais conhecidas até hoje. E, assim como Uma Canção de Natal (um homem ranzinza que odeia o Natal e, na véspera da data, recebe a visita de três espíritos do Natal, que o levam para o passado, presente e futuro), a maioria das pessoas desinformadas não sabe quem criou essa história. No caso de Uma Canção de Natal, foi um livro escrito por Charles Dickens. Mas de onde vem essa história da mulher que vai trabalhar na casa de um capitão que trata seus filhos muito mal?

A Noviça Rebelde é um dos musicais mais populares até hoje. E, como pouca gente sabe, foi baseado em uma história real. Maria Von Trapp era mesmo uma noviça que foi trabalhar na casa de um capitão da Marinha e levou até a mansão deles muita música e alegria. Ela se apaixonou pelo capitão e, no fim, a Família de Cantores Von Trapp foi obrigada a fugir da Áustria por causa do nazismo.

A história de Maria Von Trapp conseguiu ser levada às telas com perfeição e foi contada de modo tocante e emocionante. Com quase três horas, o filme conta toda essa trama que contei no parágrafo anterior. Julie Andrews se imortalizou no cinema como Maria e até hoje é lembrada no alto de uma montanha cantando "The hills are alive with the sound of music" ou em volta de sete crianças cantando a conhecidíssima "Do Re Mi".

Dizem que este é o filme com o conjunto de canções mais belas que já existiu, e é uma observação muito sábia, pois todas são canções deliciosas de se ouvir, partindo de algumas animadas, como Sixteen Going on Seventeen e Maria, até algumas com um ar mais dramático, como Something Good e Edelweiss.

O filme tem duas partes, que são separadas por um Intervalo. A primeira parte retrata a parte mais famosa da trama, enquanto na segunda, o filme perde sua inocência e mostra a fuga da família Von Trapp. Ao contrário do que muitos pensam, a segunda parte NÃO FOI incluída só para deixar o filme mais longo, e sim para mostrar a história por completo, porque ninguém gosta de ouvir uma história até a metade.

Quanto à Julie Andrews… sem comentários. Como sempre, Andrews atua muito bem e continua com a sua voz linda. Naquele tempo era linda, porque hoje... Eu também acho que Eleanor Parker (no papel da Baronesa) também está boa, assim como Richard Haydn no papel de Max Detweiller. Christopher Plummer é canastra - sempre foi, na verdade. E das crianças, merecem destaque Charmian Carr (a mais velha), que tem uma simpatia tremenda, e Angela Cartwright, a mais carismática no papel de Briggita Von Trapp. Peggy Wood também fez um ótimo trabalho.

Outra coisa interessantíssima no filme é que a história de Maria foi símbolo de amadurecimento. No começo do filme, ela está toda atrapalhada, bagunceira, quebrando regras, e aos poucos ela vai crescendo psicologicamente. No fim, ela está uma mulher adulta, com classe. O amor a fez amadurecer daquele jeito durante o filme, e é assim também na realidade.

E a empolgação, a emoção, a alegria e a vontade que aquela família tão simpática consiga ser feliz no final regem o filme. Ele é movido por amor, determinação e muita música. E essa é a receita para o musical mais belo e mais apreciado de todos os tempos, que ganhou prêmios e, até hoje, essa história de vida inspira milhares de pessoas e obras.

Um comentário:

Rafael W. disse...

Melhor musical da minha vida! Lindo e vibrante, simplesmente inesquecível.